quinta-feira, 27 de junho de 2019

Entre Suor e Areia Nocturna

Entre suor e areia nocturna
Vagueio sobre a tua alma nua
Suspiros penetram-se entre gemidos
Sexo de amantes não sentidos

Estrelas que nos guardam segredos
Passas-me a mão traiçoeira abaixo do peito
Delicio os lábios sobre sabores que me deito
Verdades por mentiras, debruçados nos húmidos rochedos

Tensões de fingidores desconhecidos
Lençóis rasgados, bem vividos e jamais esquecidos
Senhores e Senhoras, pecadores
Jogadores despidos de amores.

sábado, 9 de março de 2019

Balas e Cigarros

Desconhecidos entre lençóis usados
Seres de alma aberta, preconceitos rasgados
Suor entre atados corpos, aroma a pecados
Gemidos sentidos, corações quebrados

Preces partilhadas, silêncio beijado
Segredos esquecidos, infiéis de peito cerrado
Saudades de Amor vivido
Saudades do que nunca foi dito

Cigarros acessos, espetadores se masturbam
Desconhecidos que se completam
Balas disparadas, inveja de quem finge não ver
Munições esgotadas, promessas que ficam por acender.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Entre Lençóis, Somos Alimentos

Corpos saboreados por lábios sedentos
Vestes rasgadas, suadas
Gemidos acorrentados por fantasias sádicas
Entre lençóis, somos alimentos

Línguas que queimam, inimigos que se desejam
Promessa de nudez enfeitiçada 
Olhares vendados, mãos atadas, alma aberta
Verdade não dita, mentira vivida, envenenada

Paixão sem intenção
Unidos por outros matrimónios
Traição de persuasão
Frutos proibidos de demónios

Riscos de conscientes consequências
Rostos transpirados, corpos somente desejados
Desejos sem trajetos, indecências 
Alimentos usados, jogos depravados.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Querido Pai Natal, Por Quem Não Volta

Querido Pai Natal
Acho que é a tua vez de procurares por mim
Pois não sei mais de onde vim

Querido Pai Natal
Confesso-te que portei-me mal estes últimos anos
Não cumpri o não derramar lágrimas sobre estes danos

Querido Pai Natal
A minha voz ecoa sem melodia, não irradia
Por esta eterna noite que nunca se torna dia

Querido Pai Natal
Peço-te o retorno do tempo perdido neste Mundo
Para conseguir perdoar quem me deixou no fundo

Querido Pai Natal
Não sou crente, mas oro impreciso
Por um sorriso que perdi para o paraíso

Querido Pai Natal
Não sei como te escrever
Como, com saudades, continuar a viver

Querido Pai Natal
Uma das muitas partes de mim, continua a acreditar
Que, por quem não volta, o conseguirei abraçar.


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Silêncio de Desculpas / Silence of Excuses

Supliquei aos céus para que ficasses
Pedi aos Deuses para que não me abandonasses
Orações em mim cicatrizadas
Mentiras que nem facadas
I begged the heavens for you to stay
I wonder why the Gods ripped you from me
Healed prayers, under my skin
Stabbed with lies

Desonrado pela imaginação
Sorriso de desilusão
Sem mais emoção para o céu cinzento
Sonho turbulento
Dishonored by my imagination
Disappointment with a smile
No more ink for this gray sky
Shaken dreams

Jogos de culpas
Silêncio de desculpas
Suicídio de memórias
Vitórias desonradas
We play this guilty game
Silence of Excusses
Trapped memories
Dishonored Winners

Mapas sem linhas
Olhares de advinhas
Preces iludidas
Mentiras aplaudidas
We play this guilty game
Riddles of gazes
Deceived prayers
Honest lies

Felicidade finita
Medo de lágrimas sentidas
Desconhecidas páginas
Metas sobre ravinas.
Temporary Happiness
Fear of heartfelt tears
Unknown pages
Hollow goals.

domingo, 5 de agosto de 2018

Escondidos Por Mim, Transparentes Para Ti

Lembranças cravadas na memória
Abraçado por pecados, seguro nos teus braços
Erros escondidos na nossa história
Quebrado em mil pedaços, rasgados laços

Não mereço ser honrado
Se nunca ouvi as tuas preces
Se aos teus olhos era um amor sagrado
Agora que já não me pertences

Um eterno talvez de perdões
A obsessão que nos uniu
Criamos as nossas próprias escuridões
Um retorno que os céus baniu

Esta sede de sombrias conquistas
Não me alimentaram o que contigo vivi
Segredos enterrados como artistas
Escondidos Por Mim, Transparentes Para Ti.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Vento e Mar / Wind and Sea

Aceito ir para um lugar distante
Onde o horizonte cobre mil e um destinos
Apenas o barulho do vento e do mar
Poemas de artistas atlânticos sentidos
I accept going to a distant place
Where the horizon covers a thousand destinations
Only the noise of the wind and the sea
Listenning to poems of Atlantic artists

Atrevo-me navegar pelas ilhas de bruma
Onde se sinta o cheiro da terra lavrada
Que eu toque a viola da terra até que a vontade se suma
Onde viaje como gaivota, sobre o Mar, amada
I dare to sail through the misty islands
Where you can smell the plow land
I´ll play the "viola da terra" until I wish no more
I´ll trave as a beloved seagull, over the Sea

Como Priôlo, voando entre ondas, a desfolhar
Jamais distante quanto o Pico está do Mar
Onde o arquipélago nos quebre os limites do sonhar
Sonhos sussurrados pelo salgado encantar
Like a "Priôlo", I will be flying between waves
But never far away as Pico is from the Ocean
Where the archipelago breaks the limits of dreaming
Dreams whispered by the salty Sea

O verde da Terra que o corpo me deixou descansar
Terra esta que o corpo deixei cimentar
O azul do Mar que a alma me tentou desbotar
Mar este que a alma conseguiu consertar.
The green land that let´s my body rest
This land that I letted my body asleep
The blue of the Sea that tried to fade my soul
This Sea that indeed repareid my soul.